42% dos inadimplentes não sabem ao certo o número de parcelas que têm a pagar, mostra SPC Brasil e CNDL
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/noticia/1978Além disso, 34% dos brasileiros com dívidas em atraso não sabem ao certo o valor das contas básicas e 40% desconhecem até mesmo os seus rendimentos. 80% tiveram que fazer cortes e ajustes no orçamento
A falta de atenção em relação a educação financeira e o desconhecimento a respeito das próprias contas são algumas das razões que comumente dificultam o pagamento das dívidas atrasadas e a organização do orçamento familiar. Segundo uma pesquisa nacional realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 42,2% dos inadimplentes não têm muito conhecimento sobre o número de parcelas das compras a crédito que serão pagas no próximo mês, três em cada dez (33,9%) não sabem ao certo o valor das contas básicas e 40,3% desconhecem até mesmo sua renda total.
De acordo com o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, estar a par do orçamento é essencial para uma vida financeira livre dos riscos da inadimplência. "O baixo conhecimento das contas, das parcelas a pagar e dos produtos e serviços adquiridos por meio do crédito indica que o consumidor perdeu o controle da situação. Nesse cenário, é extremamente difícil sair da inadimplência, pois a pessoa se torna incapaz de negociar melhor as dívidas e até mesmo de identificar as áreas em que é preciso realizar ajustes e cortes de gastos", afirma Vignoli.
A pesquisa mostra que quatro em cada dez brasileiros inadimplentes não tem conhecimento sobre os valores dos produtos e serviços comprados a crédito que serão pagos no próximo mês (43,5%) e nem quais são eles (43,5%). "Seja qual for o motivo que levou o consumidor a tornar-se inadimplente, uma coisa é certa: deixar de acompanhar atentamente as próprias finanças e contas só piora as coisas, pois só assim é possível viver dentro do padrão de vida adequado à sua realidade", aconselha o educador financeiro. Prova disso é que 23,5% dos inadimplentes nunca ou na minoria das vezes conseguem fechar o mês com todas as contas pagas.
Quando perguntados sobre quais são as prioridades financeiras, as mais citadas foram a compra de alimentos, produtos de higiene e limpeza (43,9%), seguido
pelo pagamento no prazo das contas mensais, como luz e telefone (30,6%) e o pagamento das dívidas em atraso para limpar o nome (11%).
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, com a recessão econômica, o desemprego e os efeitos da inflação, o poder de compra e de pagamento de contas das pessoas foi enfraquecido.
"Além da dificuldade dos consumidores em arcar com suas dívidas, as empresas que prestam serviços básicos, como de água, luz e plano de saúde, mostram cada vez mais disposição em negativar os inadimplentes, como forma de acelerar o recebimento dos compromissos em atraso", explica Kawauti.
Maioria dos inadimplentes reduziu o consumo de lazer e supérfluos
A inadimplência, o acesso mais restrito ao crédito e a maior dificuldade no pagamento de dívidas fizeram com que parcelas significativas de brasileiros inadimplentes mudassem alguns hábitos de consumo:
79,7% fizeram cortes e ajustes no orçamento;
77,7% abriram mão de coisas que consumiam antes;
75,9% deixaram de fazer compras parceladas;
71,4% agora evitam comprar roupas e calçados;
64,0% deixaram de sair com amigos e familiares para bares e restaurantes;
56,6% cortaram alimentos supérfluos.
Segundo Vignoli, os resultados da pesquisa revelam que os problemas com dívidas em atraso impõem restrições consideráveis ao consumo, obrigando os consumidores a rever o orçamento e se adaptarem à nova condição.
"Caso não haja a possibilidade de adotar medidas para aumentar a renda, os inadimplentes se veem obrigados a abandonar hábitos de compra, trocar marcas tradicionais por outras mais acessíveis e deixar de adquirir determinados itens em favor de outros que são prioritários. São mudanças impactantes no padrão de vida, mas é fundamental para que as pessoas consigam obter sobras financeiras no orçamento e possam pagar as dívidas pendentes", conclui o educador financeiro.
Últimas
CN2016: Sem proposta decente, Fenaban leva bancários à greve a partir do dia 6 de setembro
MEGA PALESTRA COM ERIK PENNA - HOJE
46% dos inadimplentes não têm condições financeiras de pagar as dívidas em atraso nos próximos três meses, mostra SPC Brasil
Demanda por investimento da micro e pequena empresa volta a crescer em julho e atinge 24,20 pontos, mostra SPC Brasil / CNDL
70% dos jovens empreendedores acreditam que novas tecnologias ajudam nas vendas, mas só 50% as adotam na prática, revela pesquisa do SPC Brasil
Para SPC Brasil, vendas do varejo seguem em patamar baixo, mas com tendência de quedas menores para os próximos meses
Inadimplência desacelera pelo terceiro mês seguido e número de negativados cai para 58,9 milhões, mostra SPC Brasil e CNDL
Confiança dos micro e pequenos empresários cresce 20,7% e atinge maior nível em 15 meses, mostra indicador SPC Brasil / CNDL
Na crise, brasileiro escolhe cortar atividades de lazer em vez de gastos com beleza, aponta estudo do SPC Brasil
Inadimplência das empresas cresce 12% em quatro regiões brasileiras, mostra indicador do SPC Brasil