Juro sobe com alta de projeções de inflação
Antonio Perez e Lucinda Pinto | De São Paulo
Os juros futuros fecharam em leve alta ontem na BM&F, em meio à vitória do partido de esquerda Syriza nas eleições gregas - que pode trazer de volta temores de saída da Grécia da zona do euro - e ao aumento das pressões inflacionárias domésticas no curto prazo.
O boletim Focus divulgado ontem trouxe mais uma rodada de piora das expectativas de inflação, após a variação de 0,89% do IPCA-15 de janeiro. A mediana agregada das projeções mostra inflação maior e crescimento mais baixo neste ano. Enquanto a estimativa para o IPCA em 2015 subiu de 6,66% para 6,99%, distanciando-se do teto de tolerância da meta (6,5%), a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) encolheu de 0,38% para 0,13%.
Esse quadro é explicado por alguns fatores: o realinhamento dos preços administrados; as chances cada vez maiores de racionamento de energia e água, que ao mesmo tempo prejudicam o crescimento e aumentam as pressões inflacionárias; e as preocupações com a paradeira nos investimentos e restrição de crédito por conta da Operação Lava-Jato, que abalou grandes empreiteiras do país e pode afetar as finanças de empresas que fazem negócios com a Petrobras.
Já as estimativas para a taxa Selic permanecem em 12,50% ao ano, ou seja, o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) encerre o aperto monetário em março, com uma alta derradeira da Selic em 0,25 ponto percentual. "O PIB deve ser negativo neste ano e a política fiscal está sendo bem executada, pelo menos por enquanto. Não faz sentido subir a Selic muito mais com o risco de jogar a economia num abismo", afirma Paulo Petrassi, chefe de renda fixa da Leme Investimentos, que vê espaço para apenas mais uma alta da Selic, de 0,25 ponto.
Como o comunicado da decisão do Copom na semana passada, de elevar a Selic de 11,75% para 12,25%, não deu pistas sobre o grau de aperto monetário daqui para frente, as atenções se voltam à ata do colegiado do BC, na sai quinta-feira.
Para a economista-chefe da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack, a ata do Copom deve trazer "otimismo" com "o progresso" na condução das contas públicas. "Nos últimos documentos, o Copom mencionou a migração [da política fiscal] para o campo neutro. E nesta publicação pode ressaltar o progresso rumo ao campo contracionista, de maneira a minimizar os esforços exclusivos da política monetária", diz Camila, em relatório enviado a clientes.
Na BM&F, a taxa do contrato futuro de Depósitos Interfinanceiros (DI) para janeiro de 2017 fechou a 12,36% (ante 12,34%). Entre os derivativos mais longos, o contrato para janeiro de 2021 subiu de 11,64% para 11,67%.
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