Varejistas buscam alternativas para a crise
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Preocupados com o rumo do setor, que caiu 3,7% em 2015, associações, especialistas e líderes das principais redes vão passar quatro dias no Uruguai discutindo medidas para aquecer o mercado Shoppings têm sofrido com queda nas vendas e taxa de vacância
Foto: Estadão Conteúdo/ Helvio Romero
São Paulo - Em busca de alternativas para reverter o cenário ruim de vendas que atinge o varejo, mais de 200 representantes do setor, entre empresários, presidentes de associações e ministros de Estado, vão se reunir entre 31 de março e 3 de abril, em Punta Del Este, Uruguai.
A preocupação com o recuo nas vendas é tão grande que os organizadores do 1º Simpósio Nacional de Varejo e Shopping optaram por fazer um evento fora do País. O objetivo é que as lideranças possam se concentrar, sem dispersão, sobre problemas que afligem o segmento e tentar encontrar possíveis soluções. "Temos experiências de fóruns em que os empresários iam, assistiam uma ou outra palestra e depois voltavam para o seu negócio. Precisamos que todos estejam focados neste momento", diz o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun.
Segundo ele, o evento acontece no momento mais delicado para o setor dos últimos anos. Em fevereiro, as vendas no varejo brasileiro apresentaram queda real de 6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo o Instituto do Desenvolvimento do Varejo (IDV). "Não me lembro, ao menos nos últimos 15 anos, de uma instabilidade política e econômica tão intensa como essa. Por isso, resolvemos reunir os empresários e os representantes para debatermos alternativas que nos levem à uma recuperação mais rápida. Não adianta ficarmos de braços cruzados", acrescenta Sahyoun.
Entre os convidados para o evento estão a presidente do conselho do Magazine Luiza, Luiza Trajano; o fundador e presidente do Habib's, Alberto Saraiva; o CEO da Riachuelo, Flávio Rocha; o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux; o secretário de Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do governo federal, Marcelo Maia, além de outros líderes e representantes de quinze associações.
De acordo com Sahyoun, o evento deverá seguir três frentes diferentes em busca de medidas que destravem as vendas do setor: transparência, tributos e social. "Temos uma série de projetos possíveis para esses três segmentos. Vamos apresentá-los aos participantes e entregar as propostas para o ministro Maia". A principal, diz o presidente da Alshop, deve abordar questões sobre a desburocratização do varejo, inclusive com a apresentação de estudos que apontam as falhas do sistema atual.
A transparência envolve a relação entre administradores e lojistas, principalmente em shoppings. "Esse tema servirá para que eles encontrem uma alternativa aos altos preços cobrados em aluguel", indica. Para ele, a taxa de vacância nos malls está ultrapassando os limites toleráveis tanto para as administradoras quanto para os empresários lojistas.
No ano passado, a proporção de espaços vazios chegou a 3,97% do total nos centros de compras brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), que também participará do evento no Uruguai. A terceira frente é a questão social. Os organizadores querem que as administradoras voltem a pensar os shoppings como um bem de uso social, com entretenimento e grandes centros de lazer.
Troca
Para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, o evento será importante para a troca de informações. No entanto, ele acredita que a recuperação do setor estará mais baseada em uma possível ampliação do crédito. "O comércio brasileiro funciona de modo anticíclico. É preciso trabalhar isso", diz.
Sammy Eduardo
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