Quatro em cada dez brasileiros já pediram nome emprestado para fazer compras a crédito, revela SPC Brasil
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/noticia/1739Imprevistos, nome sujo e limite de crédito estourado são principais alegações. Consumidores recorrem principalmente aos familiares e cartão de crédito é a modalidade mais solicitada a terceiros.
Pedir o nome emprestado para realizar compras é um hábito comum do brasileiro. Um levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) nas capitais e interior de todos os Estados e do Distrito Federal, revela que 39,8% dos consumidores brasileiros já pediram o nome emprestado a outras pessoas para fazer compras a crédito - principalmente as mulheres (43,9%) e pessoas das classes C, D e E (42,7%).
De acordo com a pesquisa, a prática é utilizada principalmente pelos consumidores que acabam passando por situações emergenciais e não contam com uma reserva ou que enfrentam dificuldades para ter acesso ao crédito, mas querem continuar consumindo. Três em cada dez (29,4%) entrevistados que admitiram ter pedido o nome emprestado o fizeram devido a algum imprevisto e 22,6% por estarem com o nome em cadastros de inadimplentes. Outras razões ainda mencionadas são o fato de não possuírem cartão ou cheque (18,1%) e terem extrapolado o limite de crédito nessas modalidades (11,8%).
O estudo revela ainda que grande parte dos pedidos de empréstimos de nome é feito para pessoas muito próximas, geralmente um familiar. Nessas situações as pessoas às quais os entrevistados mais recorreram foram os pais (32,0%), os irmãos (22,2%) e os cônjuges (20,0%). Os últimos colocados da lista são os amigos (12,8%), namorados e namoradas (5,0%) e colegas de trabalho (4,4%). Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, "a proximidade da relação acaba sendo um dos fatores de constrangimento para a recusa do pedido de empréstimo de nome".
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explica que ao assumir a dívida de terceiros, por ingenuidade ou por uma simples gentileza, a pessoa passa a responder por todas as consequências financeiras e jurídicas da situação, caso o tomador do nome emprestado não consiga honrar o compromisso assumido. "A responsabilidade sobre a dívida é sempre de quem emprestou o
nome, porque formalmente ele é considerado o titular daquela pendência financeira", alerta Marcela.
Cartão de crédito é o meio de pagamento mais solicitado
Segundo o levantamento, 46,5% dos que pediram o nome emprestado não usaram nenhum argumento para convencer a pessoa solicitada sobre a razão do pedido e 15,9% não avisaram ao dono do documento o valor que seria gasto na compra. De acordo com a pesquisa, 6,1% até avisaram a quantia que seria usada, mas não respeitaram o limite acordado e acabaram gastando um valor superior ao estabelecido. Além disso, 81,0% dos entrevistados que já pediram o nome emprestado garantem não ter enfrentado qualquer impedimento no estabelecimento comercial no momento em que utilizaram o cheque, cartão de crédito, empréstimo ou financiamento de terceiros para fazer compras parceladas.
Outros detalhes revelados pelo levantamento é que o cartão de crédito é o meio de pagamento mais solicitado (33,8%) pelos consumidores para realizarem compras em nome de outra pessoa - essa proporção aumenta para 37,2% na classe C, D e E para 45,1% entre os mais jovens. Em seguida aparecem o cartão de loja (7,3%), o crediário ou carnê (6,5%) e o cheque (4,4%).
A pesquisa mostra que, na maior parte dos casos, os pedidos de empréstimo de nome serviram para o consumidor adquirir produtos como roupas (35,8%), calçados (21,6%), celulares (17,7%), brinquedos (14,5%) e até compras no supermercado (11,0%).
O educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, explica que pedir o nome emprestado não é uma alternativa recomendada para quem passa por dificuldades financeiras. "O consumidor precisa entender que a prioridade é conquistar a sua autonomia financeira, de modo que ele possa resolver todas as questões que o impedem de usar o próprio nome para realizar uma compra. Além disso, muitas pessoas acabam emprestando o nome, sem saber ao certo, se quem pediu honrará o compromisso assumido. Como resultado, vemos inúmeros consumidores que se tornam inadimplentes não porque excederam os limites do orçamento pessoal, e sim porque foram descuidados e tiveram de assumir dívidas de terceiros".
Metodologia
A pesquisa procurou investigar o comportamento de consumidores que utilizam o nome de terceiros para realizar compras e para isso entrevistou 674 consumidores de ambos os gêneros, acima de 18 anos e residentes em todos os Estados brasileiros. A margem de erro é de no máximo 3,8 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%.
Últimas
ATENÇÃO - FERIADO DOS COMERCIÁRIOS
CN2016: Sem proposta decente, Fenaban leva bancários à greve a partir do dia 6 de setembro
MEGA PALESTRA COM ERIK PENNA - HOJE
46% dos inadimplentes não têm condições financeiras de pagar as dívidas em atraso nos próximos três meses, mostra SPC Brasil
Demanda por investimento da micro e pequena empresa volta a crescer em julho e atinge 24,20 pontos, mostra SPC Brasil / CNDL
70% dos jovens empreendedores acreditam que novas tecnologias ajudam nas vendas, mas só 50% as adotam na prática, revela pesquisa do SPC Brasil
Para SPC Brasil, vendas do varejo seguem em patamar baixo, mas com tendência de quedas menores para os próximos meses
Inadimplência desacelera pelo terceiro mês seguido e número de negativados cai para 58,9 milhões, mostra SPC Brasil e CNDL
Confiança dos micro e pequenos empresários cresce 20,7% e atinge maior nível em 15 meses, mostra indicador SPC Brasil / CNDL
Na crise, brasileiro escolhe cortar atividades de lazer em vez de gastos com beleza, aponta estudo do SPC Brasil