Além dos efeitos da crise, descontrole financeiro está entre principais causas da inadimplência no país, revela pesquisa da CNDL/SPC Brasil
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/noticia/522817/09/2018
Mais da metade dos entrevistados sabe pouco ou quase nada sobre seus rendimentos, enquanto 45% ignoram valor das contas básicas, como água e luz. Perda do emprego, queda na renda e compras por impulso são maiores responsáveis por atrasos no pagamento de dívidas
O cenário macroeconômico do país tem contribuído para o alto nível de endividamento dos brasileiros, somado à falta de controle das finanças pela população. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que dentre os principais vilões da inadimplência, os mais citados são a perda do emprego (37%), que chega a 38% nas classes C e D, a redução da renda (24%) e a falta de controle financeiro (12%).
Considerando apenas aqueles que se endividaram por descontrole do orçamento ou porque tiveram crédito fácil, 39% afirmam que quiseram aproveitar as promoções oferecidas pelas lojas, levando-os a contrair gastos extras sem avaliar o orçamento. Já 24% reconhecem não ter negociado bem os preços no momento da compra e 14% disseram que costumam comprar mais do que o necessário para se sentir bem quando estão ansiosos.
O levantamento mostra também que seis em cada dez brasileiros inadimplentes (61%) têm pouco conhecimento sobre a própria renda, entre salários e outros rendimentos. Para muitos, negligenciar as finanças se estende até os compromissos mais importantes do dia a dia. Um termômetro disso é que 45% reconhecem saber pouco ou quase nada sobre o valor das contas básicas que precisam pagar no fim do mês, mesmo que elas não estejam em atraso, como água, luz, telefone, aluguel, condomínio, plano de saúde e mensalidade escolar. Já 61% desconhecem o número exato de parcelas das compras realizadas por meio do crédito e, em geral, 36% não planejam o orçamento mensal.
"A conjuntura econômica continua afetando o bolso da população, que sente dificuldades financeiras com a perda do emprego ou a redução da renda. Mas a atitude do próprio consumidor tem papel fundamental diante dessa situação preocupante de alta inadimplência. O brasileiro possui o mau hábito de `andar no escuro´, ao não conhecer profundamente quanto gasta e quanto ganha", alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Ansiedade e problemas no trabalho contribuíram para desequilíbrio no orçamento dos inadimplentes
Além da falta de controle sobre o orçamento, as emoções diante de determinadas situações acabam gerando um consumo desordenado em muitas pessoas. Ao investigar que tipo de acontecimento pode ter contribuído para o desequilíbrio das finanças no período em que os entrevistados fizeram a dívida, a pesquisa constatou que o fator número um está ligado à ansiedade (21%). Em seguida, foi mencionada a insatisfação ou problemas no trabalho (13%) como responsável por esse tipo de comportamento. Outros 12% contraíram dívidas em momentos de estado emocional abalado por dificuldades financeiras, enquanto 9% passavam por problemas no relacionamento familiar.
Mas mesmo após vivenciar todos os contratempos associados à inadimplência, a má notícia é que pouco são os consumidores dispostos a adotar novos hábitos para evitar a reincidência. Entre os que se endividaram por descontrole financeiro ou compras impulsivas praticamente seis em cada dez não tentaram mudar a atitude para reverter esse quadro (58%). Metade desses entrevistados alega não ser esse um problema tão grande (50%), 19% afirmam que o hábito faz parte do seu jeito de ser e que nunca irão mudar e 17% garantem que a situação não provoca nenhum incômodo.
Ainda sobre as medidas tomadas para manter as finanças em dia, apenas 19% buscaram algum tipo de ajuda para resolver suas dificuldades, enquanto 81% não fizeram nada. Nesse último caso, 49% justificam sua decisão dizendo que são capazes de resolver esses problemas sozinhos, ao passo que 18% afirmam não ter dinheiro para contratar ajuda profissional.
37% gastam mais do que podem para aproveitar a vida e 37% já deixaram de pagar alguma conta para comprar algo que desejam
O autocontrole é uma barreira importante contra o consumo exagerado, embora seja uma tarefa difícil para muitos. Quase metade dos inadimplentes ouvidos pela pesquisa disseram que quase sempre cedem aos desejos e impulsos quando querem comprar alguma coisa (46%), enquanto 43% não conseguem controlar os gastos, 42% demoram para cancelar serviços ou assinaturas que não usam e 31% vivem fora de seu padrão de vida.
A impulsividade e a imprudência financeira de parte dos inadimplentes ficam evidentes também quando respondem sobre sua relação com o dinheiro em várias situações. Para 40% é comum perder a noção do quanto podem gastar em uma balada ou jantar, extrapolando o orçamento, ao passo em que 40% se sentem pressionados a gastar mais dinheiro quando estão com amigos e família, 37% gastam mais dinheiro do que podem para aproveitar a vida e outros 37% às vezes deixam de pagar uma conta para comprar algo que têm vontade.
O estado emocional dos entrevistados também interfere na gestão do orçamento, uma vez que 36% admitem comprar, algumas vezes, coisas que não haviam planejado para se sentirem melhor. Já 27% excedem o orçamento para ficarem mais bonitos. "Se o consumidor cede frequentemente à impulsividade para satisfazer seus desejos de compra, se continua gastando sem planejar ou fazer reserva financeira é necessário reconhecer que algo precisa mudar. Valorizar o bem-estar imediato é uma tendência natural do ser humano, mas se a atitude não for bem pensada, pode trazer grandes prejuízos no médio e longo prazo. O primeiro passo é reavaliar o orçamento, identificando todas as despesas e receitas do mês, para então saber onde estão os gastos que podem ser cortados", orienta a economista do SPC Brasil.
Metodologia
A pesquisa ouviu 609 consumidores que possuem contas em atraso há mais de 90 dias em todas as capitais do país, de ambos os gêneros, acima de 18 anos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de no máximo 3,97 pp a uma margem de confiança de 95%.
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