Com desemprego elevado e incerteza eleitoral, confiança do consumidor segue estagnada em 41,9 pontos, revela indicador da CNDL/SPC Brasil
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/noticia/542819/10/2018
Para 82% dos brasileiros economia está ruim e apenas 19% acham que situação vai melhorar nos próximos seis meses; 47% alegam que há pelo menos uma pessoa desempregada na residência
Os reflexos da crise econômica e as incertezas do processo eleitoral sobre as medidas que o novo presidente deverá adotar para a economia voltar a crescer têm impactado o humor do consumidor brasileiro. Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o Indicador de Confiança do Consumidor não apresentou evolução na passagem de agosto para setembro, período marcado pela campanha política no rádio e na TV. O índice ficou em apenas 41,9 pontos em setembro contra 42,4 pontos em agosto. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto maior o número, mais confiantes estão os consumidores.
O Indicador de Confiança é composto por dois componentes: o Subindicador de Percepção do Cenário Atual - que ficou em apenas 29,6 pontos - e o Subindicador de Expectativas, que alcançou 54,2 pontos.
De acordo com o levantamento, 82% dos brasileiros avaliam de forma negativa as condições da economia no atual momento, percentual que não apresentou alteração frente ao mesmo mês do ano passado, quando estava em 81% do total de entrevistados. Para 14%, o desempenho é regular e para apenas 2% o cenário é positivo. Entre aqueles que avaliam o clima econômico como ruim, os principais sintomas são o desemprego elevado (68%), o aumento dos preços (61%) - apesar da inflação controlada-, as altas taxas de juros (38%) e o aumento do dólar (29%).
47% dos brasileiros têm alguém sem emprego dentro de casa e 34% estão receosos de serem demitidos
Um dado que esclarece a má avaliação do momento atual é que quase metade dos consumidores afirmam que entre os residentes de sua casa há pelo menos
um desempregado (47%) e um terço dos que estão trabalhando têm receio alto ou médio de ser demitido (34%). O que mais tem incomodado na vida financeira familiar é o custo de vida, citado por 51%, seguido do desemprego (19%).
Indagados sobre onde mais sentem o aumento dos preços, as contas de água e luz despontam na liderança, com 89% de citações. Nos supermercados, esse percentual foi de 87%, ao passo que nos combustíveis foi de 86%.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, embora o país tenha superado a recessão técnica, o consumidor brasileiro ainda sente os reflexos da crise e tem ficado mais cauteloso diante do processo eleitoral em curso. "Toda eleição traz incertezas, ainda mais em uma campanha marcada pelo imponderável como a atual. Ainda há muitas dúvidas sobre como os candidatos pretendem lidar com as reformas que o país precisa. Enquanto a recuperação econômica não se traduzir em queda do desemprego e crescimento real da renda, não haverá uma percepção de melhora do bem-estar. A economia está se recuperando de forma gradual, mas enfrentou percalços ao longo do ano para esboçar uma reação mais vigorosa que justificasse uma retomada da confiança e um final de ano menos pessimista", explica a economista.
43% dos consumidores consideram própria situação financeira como ruim
O levantamento também mostra que quando se trata de responder sobre a própria vida financeira, o número de consumidores insatisfeitos é menor do que quando se avalia a economia do Brasil como um todo, mas ainda assim é elevado. De acordo com a sondagem, 43% dos brasileiros consideram a atual situação financeira como ruim ou péssima. Outros 45% consideram regular e um percentual menor, de 11%, consideram que vai bem.
O custo de vida elevado e o desemprego são as principais razões para considerar a vida financeira ruim, apontadas por 57% e 34% desses consumidores, respectivamente. Os entrevistados mencionam também a queda da renda familiar (25%), imprevistos (13%), e a perda de controle financeiro (11%).
Um terço dos entrevistados acha que a economia não deve melhorar nos próximos meses. Corrupção e desemprego são principais causas da percepção negativa
Outra questão que a sondagem também procurou saber é o que os brasileiros esperam do futuro da economia do Brasil, considerando os próximos seis meses. Nesse caso, o estudo descobriu que 33% estão declaradamente pessimistas. Quando essa avaliação se restringe a vida financeira, no entanto, o volume de pessimistas cai para 10%. Os otimistas com a economia são apenas 19% da amostra, ao passo que para a vida financeira, o percentual sobe para 55% dos entrevistados.
Para justificar a percepção predominantemente pessimista com os próximos seis meses da economia - período que engloba os primeiros meses do novo presidente - a corrupção e o desemprego se destacam como as principais causas do pessimismo, ambos citados por 48% dos entrevistados.
Já entre a parcela majoritária que manifesta otimismo com a própria vida financeira, a maior parte (32%) não sabe explicar as razões: apenas diz esperar que coisas boas devem acontecer. Além desses, 28% acreditam que irão conseguir um novo emprego e 22% alegam fazer uma boa gestão da vida financeira, o que proporciona mais tranquilidade com o futuro.
Metodologia
Foram entrevistados 800 consumidores, a respeito de quatro questões principais: 1) a avaliação dos consumidores sobre o momento atual da economia; 2) a avaliação sobre a própria vida financeira; 3) a percepção sobre o futuro da economia e 4) a percepção sobre o futuro da própria vida financeira. O Indicador e suas aberturas mostram que há confiança quando estiverem acima do nível neutro de 50 pontos. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica falta de confiança.
Últimas
Convocação de Assembleia Ordinária
Desenrole suas dúvidas sobre o Desenrola Brasil
SÃO JOÃO DO COMÉRCIO 2023
São João do Comércio Paulo Afonso
REUNIÃO COM EMPRESÁRIOS DO BTN
SORTEIO DA CAMPANHA NATAL PREMIADO 2022
Pretensão de gastos com comemoração do Ano Novo é de R$ 312
Vendas no Natal devem movimentar R$ 68,4 bilhões na economia, estimam CNDL/SPC Brasil
Coronavírus: como diminuir a inadimplência dos clientes?
ENCONTRO DAS ENTIDADES DE CLASSE EMPRESARIAL CDL, ASCOPA ,SINPA E O SECRETÁRIO DE TURISMO, INDUSTRIA E COMÉRCIO DE PAULO AFONSO