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CORREIO DÁ DEZ DICAS PARA QUEM PERDEU O EMPREGO REFAZER AS CONTAS

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Há quase três meses, o desemprego é motivo de preocupação para a assistente administrativa Maria do Socorro Nascimento, de 48 anos. Ela passou a fazer parte das estatísticas que vem assustando os brasileiros em tempos de crise. No último trimestre do ano passado, o índice de desemprego na Região Metropolitana de Salvador chegou a 13,3%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego na capital baiana atingiu 230 mil trabalhadores, 30 mil pessoas a mais do que o mesmo período do ano passado. "Nunca fiquei desempregada. Não é fácil ficar sem emprego e ao mesmo tempo resolver dívidas e segurar despesas. Com a crise tudo isso fica ainda mais difícil, porque as maiorias das empresas ao invés de contratarem também estão demitindo", afirma Maria do Socorro. Com a perda da renda mensal, as finanças pessoais se tornam uma das maiores inquietações. E o jeito é readaptar o padrão de vida.
O Correio conversou com especialistas em Educação Financeira e foi em busca de dez dicas que podem ajudar a administrar as verbas rescisórias, do Fundo de Garantia do Trabalhador (FGTS) e do seguro-desemprego, até que o profissional consiga se reinserir no mercado (veja mais informações no boxe abaixo). Se planeje Segundo o educador e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos, a primeira coisa a ser feita é colocar a cabeça no lugar, reestruturar os planos e definir as prioridades. "É preciso respirar fundo e ter muita calma nessa hora. Nem tudo está perdido. Se por um lado, aquela pessoa deixou de ter um ganho mensal, vai ter o montante da verba rescisória até se recolocar no mercado". O desafio maior vai ser fazer render ao máximo os recursos que dispõe. "É fundamental não sair quitando tudo e ficar sem reserva. Tem que proteger esse recurso. Vale aplicar pelo a maior parte em investimentos que rendem mais do que a caderneta de poupança, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB), títulos do Tesouro Direto ou Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

O restante fica na poupança para manter as despesas em dia, junto com o dinheiro do seguro-desemprego", recomenda Domingos. "Veja o que dá para manter, diminuir, recompor. Vai ser preciso tomar decisões de redução em todos os custos do dia a dia", acrescenta. Ao longo de o ano, as aplicações no CDB chegam a render 12%. LCI e LCA, 13% e 14%, respectivamente. O tesouro direto tem o maior rendimento com 16%.

Aperto A assistente administrativa Maria do Socorro Nascimento viu seu orçamento apertar por conta da crise econômica, que não só aumentou a inflação e as taxas de juros, mas também reduziu os postos de trabalho. "Quando a gente perde o emprego é muito difícil saber o que de fato vale a pena pagar naquele momento. É ir tirando de um lado, colocando no outro e ir levando até pintar uma nova oportunidade", diz ela. A dívida que mais preocupa é a prestação do apartamento. "Tenho me virado para pagar o boleto de R$ 1,1 mil.

Preciso garantir minha casa, se atrasar vou ter que arcar com juros altíssimos. Infelizmente, quando se demite um trabalhador, ninguém leva em consideração que a gente tem família e compromissos para honrar". Demitida junto com oito outros funcionários prestadores de serviço em uma das unidades da Petrobras na Bahia, ela trabalhou por 22 anos como contratada na estatal. Na última prestadora de serviços, ela permaneceu por seis meses e saiu de lá com um pouco mais de R$ 3 mil no bolso. Com as parcelas do seguro-desemprego, a assistente mantém em dia, a prestação do apartamento e cortou tudo o que pode nas despesas -- da diarista à conexão de internet com wi-fi. O esforço agora é para não cair no limite do cheque especial. "Se eu não tivesse minhas economias, estaria endividada. Entrei de cabeça na reserva que tinha. Não sobrou nada. É tirando de um lado e colocando no outro e me segurando ao máximo para não entrar no limite do banco", ressalta ela.

De dezembro para cá, a assistente enviou mais de cem currículos. "Estou procurando emprego, batalhando e fazendo algumas entrevistas na esperança de que tudo vai dar certo. Não posso ficar parada. O que vier para mim nesse momento é lucro", acredita.

Alternativas A situação fica ainda pior quando há dívidas, o que vai exigir apertar bem mais o cinto e o orçamento. Nesses casos, o educador financeiro do Portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, recomenda que até ser recontratado o profissional busque fontes alternativas de renda. "Procure e aceite trabalhos que talvez você nunca tenha imaginado fazer. Tudo é trabalho, contanto que seja feito de forma honrada. O importante é ver formas de gerar renda. Não tenha vergonha de fazer um trabalho que não seja dos seus sonhos até se restabelecer no mercado", aconselha Vignoli. Foi o que fez a publicitária e estudante de Direito, Andrea Zubowisky, 32, que após ficar sem emprego e sem movimentação de dinheiro na conta bancária tomou um susto quando se deparou com o débito com as tarifas bancárias pulares de R$ 35 para R$ 1 mil.

Sem emprego e nem ter a quem recorrer, Andrea entrou em desespero até decidir apostar na venda de brigadeiros e trufas, que começou a levar para a faculdade. "Trabalhava na transportadora de cargas de meu pai, mas passamos por uma crise violentíssima. A primeira coisa que aconteceu foi a perda do meu salário. Minha reserva acabou totalmente. Me desesperei, tive depressão até resolver começar a fazer brigadeiro com os últimos R$ 13 que tinha na carteira", lembra. Ao partir para fazer as trufas e brigadeiros, a atividade extra se transformou na Delírios de Chocolate. "Confesso que no inicio morri de vergonha, mas eu consegui vender e aí as pessoas foram me pedindo para levar mais e começou a dar certo. Hoje estou cadastrada como MEI (Micro Empreendedor Individual) e atendo a empresas. Também ampliei a atuação para produzir tortas". Andrea continua a procura de emprego, mas com a renda do trabalho extra ela conseguiu quitar na semana passada a última parcela do acordo com o banco.

"É uma renda extra que está segurando. Renegociei a dívida de seis vezes e paguei toda com dinheiro do chocolate. Tenho muita pendência para resolver ainda, mas vou definindo o que é prioridade e na proporção que o dinheiro entra vou amortizando", diz.

 

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